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Posted by : Identidade e Cultura September 17, 2013

Relatório Festa de Nossa Senhora de Achiropita.

Por André Simon, Janaína Ibiapina,
Jéssica Lima e Hugo Benamy




Uma das festas de rua mais tradicionais da cidade de São Paulo, é uma homenagem da comunidade italiana à padroeira do bairro, N. Sra. Achiropita, e que começou com a chegada dos primeiros grupos de imigrantes que se instalaram no Bixiga no início do século passado. Mais detalhes sobre a festa e sua história, podem ser encontrados na página oficial da Paróquia Nossa Senhora Achiropita.
 
 Nossa escolha foi pela noite de 17/08, um sábado. A opção seria que todos usassem transporte público e nos encontraríamos no vão livre do MASP às 18hs e caminharíamos até a festa. A noite estava fria e caia uma fina chuva, mas ainda assim estava agradável. Ali no local de encontro, se concentravam grupos de jovens ao longe que bebiam, fumavam e tocavam instrumentos diversos. Era uma mistura incompreensível, vários estilos de roupas, de bebidas, de posturas, de modo que era difícil traçar um perfil geral daquele grupo.
 
Nenhum de nós tinha ido a esta festa até aquele dia. Partimos do MASP às 19:15hs seguindo pela Av. Paulista em direção à Brigadeiro Luiz Antônio, descendo até a 13 de maio, onde ocorreria a festa. Ainda na Paulista vimos alguns feirantes se organizando para feira de artesanato que acontece aos domingos na região e prestigiamos um artista de rua que tocava música da Argentina. Algumas pessoas em situação de rua se encolhiam nos cantos da calçada para tentar se proteger do frio e esperar alguma doação dos que por ali passavam. Esta cena também parece ter se incorporado a paisagem das grandes cidades.
 
O local da festa era mais distante que pensávamos e não chegava nunca. Achamos estar perdidos, mas resolvemos seguir mais à frente. Havia muitas cantinas naquele ponto onde estávamos e todas estavam bem movimentadas. Andamos cerca de 30 minutos para chegar no lugar da festa e durante este percurso não havia um movimento que indicasse que estávamos no caminho certo, nenhum fluxo de pessoas indo em direção, só pessoas entrando em cantinas e bares da Rua Treze de Maio.
 
Chegamos ao lugar por volta das 20hs e lá havia muita gente. Havia filas enormes pra tudo, fazia sentido agora ver aquelas pessoas ficando nas cantinas do caminho. Cada barraca vendia um tipo de comida, os cheiros se misturavam no ar e aumentavam nossa fome, mas as filas eram enormes e estávamos pensando em voltar para uma cantina. Os preços eram convidativos: prato de macarrão, R$10; fogazza ou pastel, R$7; pizza, R$4; antepastos, R$8 (uma ótima opção para os vegetarianos); entre outras coisas. Sucos, refrigerantes e cervejas custavam R$2 se comprados nas barracas dos patrocinadores e vendiam um vinho muito bom custando R$40. O ruim era ter que comprar bebida e comida em lugares diferentes, pois cada barraca vendia exclusivamente um produto. Resolvemos andar pela festa e depois comeríamos fora dali.
 
As músicas eram distribuídas por toda rua através de caixas de som. Alternavam-se gravações de clássicos italianos com música ao vivo vinda da Cantina Madonna Achiropita, hora animadas, hora parecendo de velório. Mesmo quando a música era animada o pessoal não demonstrava empolgação, ninguém cantava, ninguém dançava, só curtiam as filas. Mas é obvio, estamos em São Paulo, festa aqui é pra exibir o figurino, pegar fila e comer. Os mais animados na festa pareciam ser os voluntário que nos assustavam gritando a todo instante: “Olha a caixa!”, “Olha o molho!”, “Olha a calabresa!”. Andávamos pela rua e ela parecia ficar cada vez mais estreita de tanta gente, conforme nos aproximávamos da igreja.
 
Ao chegar em frente à igreja fomos convidados a receber a última benção daquela noite e entramos no templo. Ele é muito bonito, rico e em estilo romântico. A igreja estava começando a encher, mas ainda conseguimos lugares para sentar. Observamos algumas imagens, alguns fiéis acendendo as velas eletrônicas, sim, eletrônicas! Coloque uma moeda e a luz acende por um determinado tempo. A tecnologia mudando também uma das principais tradições da Igreja Católica. Outro detalhe que observamos no templo foi a presença de diversos pontos de álcool em gel para higienizar as mãos. E que maravilha! Agua benta armazenada em um recipiente que aperta-se o botão e jorra uma porção em suas mãos.
 
Ao sair da igreja, compramos bilhetes para a o sorteio de um automóvel, entre outros prêmios ao custo de R$2 e seguimos adiante pela rua para finalizar o percurso da festa e ir para uma cantina comer. A sensação era de frustração, queríamos comer algo ali na festa. Para nossa felicidade, ao chegarmos no fim da rua, as filas estavam menores, com cerca de 40 pessoas a frente e decidimos comer macarrão. Estava muito saboroso, bem servido e as senhorias que preparavam as comidas eram de uma alegria sem tamanho. Passamos cerca de 15 minutos na fila, mas saímos satisfeitos com o prato.
 
Neste momento percebemos haver uma atividade voltada ao público LGBTs, num espaço próprio deles que parece funcionar diariamente. Estava movimentado, mas já encerrava suas atividades e não pudemos entrar para ver o que acontecia lá dentro.
 
Logo em seguida, passamos por uma barraca de pizza, onde só ficamos 10 minutos na fila e finalmente fomos a barraca de refrigerante, onde pra nossa surpresa ficamos uns 20 minutos pra comprar uma bebida. Por fim, fizemos a opção de comprar outras comidas e bebidas em barracas fora da festa. Passamos pela rua aos fundos da igreja onde fica a Cantina Madonna com uma grande imagem da santa homenageada. Para entrar na cantina era preciso ingresso, então seguimos em frente para o último trecho da festa. Já eram mais de 23hs.
 
Neste trecho, mais barracas, agora com doces e outras com jogos e prendas. Ao longe um som diferente, mais animado: um bar abriu e havia uma banda tocando samba ali. Estava mais animado que em quase toda a festa de Achiropita. Com o movimento diminuindo e as barracas já fechando, seguimos de volta a Av. Paulista. As cantinas e bares no caminho continuavam cheios e nos atraíam, mas deixamos para uma outra oportunidade. Despedimo-nos na estação de Metro Brigadeiro, já marcando uma próxima saída.
 

Pontos positivos da festa:

 
  • Comidas saborosas, bem servidas e com preço justo;
  • Voluntários animados e simpáticos, principalmente as senhorinhas que eram as mais empolgadas;
  • A igreja de arquitetura impar e rica em detalhes;
  • Preços adequados;
  • Havia mesas para apoiar os pratos em alguns pontos da festa;
  • Banheiros limpos (custava R$0,50 para usar);
  • Policiamento, postos médicos e ambulâncias bem posicionados.
 

Pontos negativos da festa:

 
  • Filas muito grandes e mal organizadas;
  • Pouco espaço entre as barracas para acomodar a multidão;
  • Poucos pontos de apoio para apoiar as comidas;
  • Não havia manifestações de dança e músicas típicas italianas ao ar livre para o público que estava nas ruas.
  • As bebidas eram vendidas em local separado das comidas, obrigando o participante a enfrentar duas filas para comer e beber.
 
 

Galeria de Imagens.

Trajeto Av. Paulista - Rua Treze de Maio.

 

A festa.

 

 

A igreja.

 

As comidas.

 






 

{ 3 comentários... read them below or Comment }

  1. humm deu água na boca essas imagens...espero poder prestigiar tal evento quando for em São Paulo.

    Gabriela Mendes - Betim -MG

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  2. Muita comida boa mesmo lá. Moro no Bixiga e fui duas noites. O único problema é que tem muita gente e as filas ficam muito demoradas mesmo. Você deveriam visitar a feijoada do Vai Vai também pra colocar aqui. Vocês vão gostar.
    Camilinha do Bixiga - SP.

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  3. Rebeca, São Paulo29 September, 2013 19:52

    Apesar de morar no ABC paulista, sempre procuro ir prestigiar a festa. Uma delícia de ambiente, e uma gostosura melhor que a outra. As filas são mesmo ruins, e a quantidade de pessoas acabam deixando as barracas mais demoradas, mas sempre opto chegar mais cedo, para poder aproveitar tudo. Mas a comida e alegria dos voluntários da paróquia; a belíssima missa; e saber que estamos ajudando as crianças da região, faz tudo valer a pena.

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